France Day contou com palestras e apresentações de universidades francesas, mostra de arte, coral e cinema
Autoria Daniela Prandi
Edição de imagem Paulo Cavalheri
Fotografia Lúcio Camargo

France Day, o Dia da França na Unicamp, foi celebrado nesta quinta-feira, 25 de setembro, com palestras, apresentação de universidades francesas, cinema, exposição de arte e música. O evento, promovido pela Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri), foi aberto pelo cônsul honorário da França em Campinas, Alexandre Poupault, que destacou a parceria de longa data com a universidade. “A Unicamp é uma fonte de alunos e pesquisadores de altíssima qualidade, um polo de excelência educacional. Sempre é bom relembrar que somos bons parceiros, com relações cada vez mais fortes”, afirmou.
“França e Brasil estão comemorando dois séculos de relações diplomáticas. A cooperação entre as nossas universidades é estruturada e temos objetivos em comum. E, devo dizer, a fascinação entre os nossos países é recíproca”, disse Poupault, que enfatizou a presença, na feira das universidades, de instituições de diversas cidades francesas, como Nantes e Lyon. “Acho interessante mostrar que estudar na França não se resume a Paris. E, que, além de tudo, cada universidade tem um foco, uma habilidade diferente.”

O coordenador-geral da Unicamp, Fernando Coelho, ressaltou os fortes vínculos entre os dois países. “A França tem uma enorme influência na formação do espírito brasileiro. Temos muito a ganhar com a cultura francesa em todos os seus desdobramentos, quer seja cultural, artístico, científico ou tecnológico”, destacou.
O diretor da Deri, Rafael Dias, explicou que a programação foi elaborada para enfatizar as oportunidades de pesquisas e estudos no exterior, além das experiências culturais. “O France Day é o primeiro de uma série de eventos para mostrar a potência e todas as possibilidades de colaboração e trocas culturais e linguísticas com outros países. Até o final do semestre, teremos o Índia Day”, adiantou.



Diversas atrações em vários locais marcaram a programação do evento que teve início às 9 horas
Motivação para os alunos
De acordo com a assistente de cooperação internacional da Deri, Ludmila Pioli, responsável pelos acordos e convênios internacionais, que atua como facilitadora entre pesquisadores e estudantes, o duplo diploma é uma motivação a mais para a formação acadêmica na França.
“Os duplos diplomas se concentram nos estudos voltados às engenharias, mas também nas áreas de humanas, sociais e política. Nosso ensino superior brasileiro é espelhado no modelo francês. Muito do que oferecemos nas universidades públicas são reflexos do que a França nos ensinou”, relata. Os alunos em busca do duplo diploma, explica, geralmente cursam dois anos na Unicamp e mais dois ou três anos na França. “Quando concluem, conquistam o duplo diploma e estão com um currículo muito mais valioso. Muitos, aliás, já garantem oportunidades de trabalho na Europa.”
Fabrício Herreros, coordenador de mobilidade estudantil da Deri, destaca ainda a qualidade dos estudos que universidades como a Itech Lyon, Nantes Université e Sciences Po, que participaram da feira na Unicamp, oferecem. “São universidades parceiras de longa data, com programas de troca de alunos e convênios, e sabemos que nossos alunos vão ser bem-recebidos. Com a internacionalização, os alunos daqui e os que vêm de fora melhoram seus currículos e ganham mais contatos”, completa.
O professor do departamento de música da Unicamp José Augusto Mannis, membro do Conselho Diretor da Aliança Francesa de Campinas, enfatizou a importância de estreitar laços para a conquista de oportunidades profissionais. “A Aliança Francesa tem feito muitos esforços no desenvolvimento de programas educacionais para formar pesquisadores e na atuação da proficiência da língua. Há muitas oportunidades de inovação tecnológica tanto lá como aqui que podem se potencializar a partir da colaboração mútua.”

Cultura para inspirar
Dentro da programação do France Day, na Casa do Lago, foi apresentada a exposição “Fanm Fò” (Mulheres Fortes), de Adeline Rapon. A artista de Paris, cuja família é da Martinica, usou o período de confinamento durante a pandemia, em 2020, para criar uma série de autorretratos inspirados em mulheres e em costumes femininos relacionados com sua origem a partir de pinturas ou imagens de arquivo do final do século 19.
Costumes relacionados às vestimentas e ao estilo de vida dentro de um contexto racista e colonial são explorados nos retratos que redescobrem mulheres da Martinica que marcaram seu lugar na história, como Paulette Nadal (1896-1985), primeira mulher negra a estudar na Sorbonne; a atriz Jenny Alpha (1910-2010), que, durante a ocupação nazista, ajudou a esconder judeus e, depois de condecorada, hoje é nome de praça em Paris; e Aïcha Goblet (1894-1972), bailarina pintada por vários artistas, considerada a antecessora de Josephine Baker, símbolo da beleza negra, que marcou a história nos palcos parisienses.
Também na Casa do Lago, o France Day contou com a exibição do filme L’Aveu (A Confissão), de 1970, do diretor Costa-Gavras, que combina cinema político e reflexão histórica. E, no Teatro de Arena, o Coral da Aliança Francesa apresentou um repertório especial de músicas francesas para celebrar o intercâmbio cultural.
Postagem Original: Portal da Unicamp