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Viagem incluiu visita a laboratórios, institutos e empresas do setor energético e de tecnologia

Entre os dias 7 e 17 de julho, uma comitiva da Unicamp composta por alunos e pesquisadores ligados ao Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn) e ao Campus Sustentável (CS), participaram do curso intensivo de formação de Liderança em Energias Verdes e Transição Energética, na Universidade de Energia Elétrica do Norte da China (North China Eletric Power UniversityNCEPU), sediada em Pequim. 

A docente Bárbara Teruel, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) esteve à frente da equipe, composta pelos graduandos Pedro Simenton e Vinícius Vieira, doutorandos Diana Chérrez, Iliana Burguán e Raúl Rojas e pelo pesquisador de pós-doutorado Guilherme Chagas, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec). Participaram também os mestrandos Daniel Correia e Eduardo Pivatto, da Faculdade de Engenharia Química, e o Gestor de Projetos Sustentáveis do campus, Fernando Vieira, da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi).

Entre as visitas técnicas em grandes empreendimentos e empresas do setor energético realizadas pela comitiva, estavam a sede da Baidu (gigante do setor de internet e IA), o Grupo Tecnológico BOE (produtora de componentes eletrônicos e inovação em IoT), a Zona de Demonstração em Energia de Hidrogênio, importante centro do setor, no distrito de Daxing e adjacente ao aeroporto internacional e centrais de transporte e logística, e o Centro de Pesquisa em Tecnologia de Engenharia Robótica Inteligente de Energia (Power Intelligent Robotics Engineering Technology Research Center).

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O grupo também visitou os laboratórios nacionais da NCEPU, como o de Engenharia para Equipamentos de Geração de Energia de Biomassa (National Engineering Laboratory for Biomass Power Generation Equipment (NELB), o Túnel de Vento no Laboratório de Novos Sistemas de Energia (Wind Tunnel Laboratory at the State Key Laboratory of New Energy Power Systems), e o Laboratório de Alta tensão e Compatibilidade Eletromagnética (Beijing Key Laboratory of High Voltage Technology and Electromagnetic Compatibility).

Segundo integrantes da comitiva, um dos maiores destaques foi a Estação de Integração Urbana Nacional de Xiong’an “1+5+X”, (Xiong’an State Grid “1+5+X” Urban Smart Energy Integration Station), na nova área da cidade. Vencedor de um importante prêmio de design na categoria “public facilities” em 2022, esse empreendimento é um projeto inovador que representa o ideal em municípios inteligentes. Essa rede é composta por um centro de controle central do sistema de energia (subestação transformadora interna de 220 kV), cinco áreas funcionais remetendo a computação de ponta (com armazenamento, carregamento, fornecimento, distribuição e manutenção de energia inteligentes), adicionalmente a uma piscina, abrigo e centro de suporte em casos de emergência. Já o “X’”, que complementa o nome “1+5+X”, está relacionado a aplicações inovadoras do 5G que possam surgir em necessidade de expansão.

O cronograma contou ainda com aulas de laboratório e de conteúdo técnico, sobre geração de energia a partir de biomassa, novos materiais e dispositivos de energia, energia solar, e energia eólica. Como complemento os participantes tiveram noções de cultura, caligrafia e da língua local na Faculdade de Linguagem e Cultura Chinesas de Pequim (Beijing Chinese Language and Culture College – BLCC), mais especificamente no campus novo Changping, onde também ocorreram as acomodações.

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Comitiva em visita técnica e em sala de aula

O curso também contemplou visitas a locais icônicos da cultura chinesa, como Palácio de Verão, a Praça Tiananmen, conhecida como da Paz Celestial; e os patrimônios mundiais do Complexo da Cidade Proibida, o Templo do Céu, e a Muralha da China. Além de edificações mais recentes: o estádio Ninho de Pássaro e o centro aquático Cubo D’Água, que fizeram parte das Olimpíadas de 2008.

De acordo com Mayara Morais, responsável pelas relações com as instituições do país asiático na DERI-Unicamp, o convênio para cooperação acadêmica entre a universidade chinesa e a Unicamp existe há 10 anos, e se fortalece cada vez mais. Como por exemplo, a participação anterior de pesquisadores da NCEPU no evento Energy Informatics.Academy em dezembro de 2023 promovido pelo CPTEn, na Unicamp.

O curso na China, que está em sua segunda edição, teve todos os custos bancados pela NCEPU. Já as passagens e seguro-viagens foram pagos pela DERI/Unicamp e pela CSUS/Depi.

Inclusive, ainda no primeiro trimestre do ano, o reitor da Unicamp, Antonio  Meirelles, esteve na NCEPU com a intenção de estreitar relações entre as universidades, por meio de intercâmbio de alunos, pesquisadores e professores; sendo o curso realizado pela comitiva brasileira um dos frutos da parceria entre as instituições.

A oportunidade da viagem também serviu para a realização de um encontro entre docentes e pesquisadores da Unicamp, representada por Bárbara Teruel, e da NCEPU, na área de energias renováveis e transição energética, no qual foram apresentadas as iniciativas de ensino, e pesquisa desenvolvidas por ambas as instituições. Wei-Ping Pan, docente da NCEPU, focou no que tem sido feito no Instituto de Energia Limpa e Ciência e Tecnologia do Hidrogênio (Institute of Clean Energy and Hydrogen Science and Technology), que pretende capacitar profissionais, desenvolver pesquisas e transferir tecnologias para o setor comercial.

O instituto conta com financiamento de órgãos do governo chinês, além de entidades privadas, e convênio com diversos centros e laboratórios de pesquisa avançada, incluindo: produção de hidrogênio verde, energia eólica, fotovoltaica, uso de resíduos agroindustriais, baterias elétricas, novos materiais, mobilidade elétrica. Dessa forma, espera-se com essa aproximação que mais parcerias sejam estabelecidas no futuro entre o CPTEn/Unicamp, os laboratórios e institutos visitados, e a NCEPU de modo geral.

Para Luiz Carlos Silva, diretor do CPTEn e coordenador do CS, os diferentes níveis de conhecimento dos participantes e a pluralidade de nacionalidades da comitiva, com representantes da Colômbia, Equador, Venezuela e Brasil, enriquecem a experiência internacional dos pesquisadores. Silva também destacou a importância da participação de mulheres no grupo.

North China Electric Power University (NCEPU): Fundada em 1958, a universidade é dirigida pelo Ministério de Educação e o Conselho de Eletricidade chineses, e conta ainda com um conselho composto por 12 empresas de energia estatais. Ela está localizada na capital, Pequim (nordeste do país e cidade mais populosa do país), mas tem outro campus na região de Baoding, província de Hebei. Oferece cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado principalmente nas áreas de Engenharia, Automação, Tecnologia, Energia e Negócios, divididas em 11 escolas. Conta com mais de 20 mil alunos de graduação e sete mil de pós-graduação, além de cerca de três mil professores e funcionários.

Texto: Maria Carolina Ribeiro (bolsista de Jornalismo Científico CPTEn/Fapesp)
Fotos: acervo dos pesquisadore
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Notícia originalmente publicada no Portal do CPTEn

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